Macaco Simão era um macaco como outro qualquer: comia banana, pulava de galho em galho, dava cambalhotas. Até que um dia, de tanto fazer farra, caiu do alto de uma árvore de cabeça no chão. Quando voltou a si, disse:
— Ai, ai, ai, fundi a minha cuca!
Assim mesmo, em português. Um tempo depois, o professor Serapião encontrou Simão na floresta. Ficou muito surpreso com aquele macaco que falava como gente e o convidou voltar com ele para a cidade. Simão topou na hora. Já que falava, queria ser uma pessoa... Mas o que era preciso para ser uma pessoa?
Estranhamente lírico ou liricamente estranho, Um macaco pra frente é uma dessas histórias que tira o leitor do confortável lugar-comum em que ele costuma se acomodar. E lhe oferece outro ponto de vista. E lhe permite ver mais e melhor.
 

 Prêmio FNLIJ Catálogo de Bologna, 2010

Escolhido para representar o Brasil na exposição "O livro de história e as crianças" em Atenas, Grécia, 1979