Sobre o livro

O cortiço, publicado em 1890, focaliza a ascensão social do comerciante português João Romão, dono de uma venda, de uma pedreira e de um cortiço, bem perto do sobrado de um patrício endinheirado, o comendador Miranda. A rivalidade entre os dois aumenta à medida que cresce o número de casinhas do cortiço, alugadas, na sua maioria, pelos empregados da pedreira, que também fazem compras na venda de João Romão, que, desse modo, vai se enriquecendo rapidamente. Com a intenção obsessiva de tornar-se rico, João Romão não se permite o menor luxo, economizando cada moeda e explorando os outros sempre que pode. Vive amasiado com uma escrava fugida chamada Bertoleza, que o auxilia no trabalho duro, e para quem ele forjou um documento de alforria. O grande sonho de João Romão é adquirir prestígio social, como seu patrício Miranda. Este, à medida que o vendeiro vai enriquecendo, não vê com maus olhos a possibilidade de oferecer-lhe a mão de sua filha, Zulmira. Um amigo comum, Botelho, se faz intermediário das negociações e tudo fica arranjado. João Romão fica noivo de Zulmira, alcançando assim um patamar mais alto na escala social. O único inconveniente é Bertoleza, que não aceita ser descartada sumariamente. Botelho arma um plano: denuncia Bertoleza como escrava fugida a seu verdadeiro dono, que vai com a polícia prendê-la. João Romão faz de conta que não sabe de nada e a entrega. Bertoleza percebe que o vendeiro, sem coragem de mandá-la embora ou de matá-la, preparou essa armadilha para devolvê-la ao cativeiro. Desesperada, ela se mata. A narração desses fatos da vida de João Romão entrelaça-se com a narração de vários episódios dos moradores do cortiço, cuja luta pela sobrevivência é dura e cruel. O caso de Jerônimo é exemplar da visão naturalista do autor. Jerônimo é um operário português contratado por João Romão para trabalhar na pedreira. É um homem sério, casado com Piedade, também portuguesa. Eles têm uma filha adolescente e vivem bem como família. Mas, no cortiço, Jerônimo começa a sofrer influência daquele ambiente sensual e desregrado, apaixona-se pela mulata Rita Baiana, por ela mata um rival e abandona a família. Acompanhando a evolução social de João Romão, o cortiço também se desenvolve, principalmente depois de um grande incêndio, quando passa por reformas e transforma-se na "Avenida São Romão", com melhor aparência e uma população mais ordeira. A população mais baixa e miserável se transfere para outro cortiço, o Cabeça de Gato, mantendo-se assim a engrenagem do sistema social em que predomina a lei do mais forte.

Como o título se alinha aos propósitos da Campanha da Fraternidade 2026?
O presente livro traz um convite especial para uma leitura mais profunda sobre dois conceitos importantes, que perpassam de geração em geração e, por isso, estão alinhados ao Tema da CF 2026, que é tradição e inovação. Esta é uma leitura mais exigente, mas muito oportuna. Conceitos, situações e outras frentes nos convidam a olhar, refletir e se posicionar de forma mais corajosa e profética frente à convocação de um Tema tão sensível e, ao mesmo tempo, tão importante e significativo para atender aos apelos e sinais dos novos tempos. 

 

Conheça mais

Detalhes da obra

  • Moderna Literatura
  • ISBN 9788516096915
  • Código do produto: 12096915
  • Indicação 3º Ano (EM), 2º Ano (EM), 1º Ano (EM),
  • Nível de leitura Crítico
  • Tema complementar Ética,
  • Tipo de obra Ficção
  • Faixa etária A partir de 15 anos
  • Ano da última edição do livro 2015

Dados técnicos

  • Formato Impresso
  • Dimensões do produto 16 x 23 x 1,7
  • Número de páginas 280

Leitura indicada para:

Vereda Digital

Moderna Plus 2016

Sobre os autores

Douglas Tufano

Douglas Tufano nasceu em São Paulo. É formado em Letras e Pedagogia pela USP. Foi professor efetivo da rede oficial de ensino de São Paulo e trabalhou também em escolas particulares, tendo lecionado Português, Literatura Brasileira e História da Arte. Atualmente, ministra cursos de capacitação para professores de todo o Brasil a convite de Secretarias de Educação e instituições particulares de ensino. É autor de vários livros didáticos e paradidáticos, publicados pela Editora Moderna.

Aluísio Azevedo

Nasceu no Maranhão, em 1857, e faleceu na Argentina, em 1913. Parte para o Rio de Janeiro e matricula-se na Imperial Academia de Belas-Artes, trabalhando na imprensa carioca como caricaturista e ilustrador. Passa a colaborar na imprensa e publica seu primeiro romance, "Uma lágrima de mulher", em 1879. Dedicando-se inteiramente à atividade de escritor, publica, até 1895, vários romances. Aprovado em concurso, abandona a atividade literária e ingressa na carreira diplomática.